Eu e mais

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

"Musicanticando" com Maria (Gadu)


Chuva de letras que formam palavras
soltas em minha mente em rebuscada melodia
cumpre um papel de contador de histórias
de memórias sem órbita
causando em mim sinestesia
tocando no fundo d'alma
Despertando em mim a alegria
e eu vou

Pulsa o meu corpo em movimento escalonado
espalhando meus miolos em dicotomias
divididas entre sonho e realidade
junto ao choro que me extasia
me leva na batida de um som
intensamente instigante de minha poesia
e eu vou

Peles se soltam em êxtase
no som da beleza que me alumia
e eu cantarolo junto em harmonia
e canto, e canto, e canto partindo da premissa
de que o canto me traz alento
de quem canta todo mal espanta
e eu vou
e eu canto, e eu canto...
Obrigada Maria!


QUERIA SER POETA

Eu não sou nenhum poeta
Para lançar palavras ao vento
Encantar os corações
E mexer com o sentimento

Eu não sou nenhum cantor
Para levar mensagem de paz
Envolvida em melodia
Para alegrar os demais

Eu não tenho o poder
Para melhorar a vida
De milhões de criancinhas
Que o malvado mundo escraviza

Eu não posso fazer leis
Que melhore o sonho do pobre
Que lhes deem mais alento
Quando o manto da noite lhes cobre

Eu sou apenas eu
Um humilde e simples vivente
Que carrega no peito um sonho
De ver o MUNDO diferente.

NÃO SE SUBMETA


Não foram os gritos das crianças pobres e famintas,
não foram as chagas abertas do solo seco do Nordeste,
não foi a invalidez de uma população aleijada pelo analfabetismo
que abriu os olhos da nação.
Não foi a tristeza do secundarista que tinha no curso superior
a utopia sonhada de olhos abertos e cansados
esperançosos de alcança-la, mas sem consegui-la.
Tão pouco foram as pipas alçadas nos morros
nas favelas, nos descampados
de nossa infância pelo crime aliciada.
Não foi o olhar suplicante de nossas crianças
Que perdem sua infância
no trabalho forçado, escravizada,
umas pela ganância, outros pela miséria infame
NÂO, NÂO FOI!
O que fez a Nação abrir os olhos e ir à LUTA
Foi sua luta individual pela sobrevivência
a sobrevivência dos abastados
que sofrem com a desumana falta de champanhe e do caviar
que em suas badaladas festas não pode faltar.
Foi a tristeza da classe média que
via ameaçado o passeio anual
seja pro estrangeiro ou para os paraísos nacionais
Foi a decepção dos filhos "USPIANOS" que
viam ameaçada sua integridade  moral e social
ao ter que compartilhar o ambiente educativo
com os filhos dos favelados,
que entraram pela porta dos fundos das cotas.
e pelo uso de outros "canais"
O que fez o povo brasileiro acordar,
abrir os olhos, foi a dor que sentiram
nos bolsos de suas falências desencadeada
pela crise por eles mesmos provocada.
Pois, enquanto não havia crise,
a corrupção era permitida e exaltada
em frases expurgadas pela voz da hipocrisia
"Ele rouba mas faz"
"O mundo é dos espertos"
A esperteza tomou conta da honestidade
Destituiu a sensatez e exaltou a ganância
e a luta por poder.
E...
Cadê a luta povo brasileiro?
Está esmagada na vergonha
de se ter ido à luta
por uma raiva incontida
que o fez perder a causa verdadeira?
Cadê a luta da Nação?
Que não deu conta de realizar a limpeza desejada
E se vê a cada dia mais enlameada
Na safadeza e na corrupção?

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A DIFERENÇA DOS IGUAIS

Eu ouço o canto solitário dos rejeitados
Acompanho o sonho dos desejos esquecidos, 
Busco forças na caminhada individual, 
Me encontro diante do egoísmo sagaz, por vezes, voraz 
Que mora em corpos ressentidos,
Esculpidos pela cobiça dos iguais. 
Hoje caminho de olhos para cima
Cabeça para o alto
Alto como devo ser no confronto
Caminho erguida, na soleira do conhecimento
Não me deixo mais em tormento
Pois sou ser diferente, na diferença dos iguais.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

NÃO SOU UMA COR

Nunca olha para alguém
Sempre achando que ele tem
A mente e o coração na cor,

A bondade e a honestidade
O caráter e a decência
A malícia ou a inocências
Independe, transcende
O corpo e a cor em questão

Não é a cor que determina
O que é condenável ou contamina
Com o veneno que sai do coração
É o sentimento que está além da visão

Olhe para mim e me veja como sou
Independente da minha cor
Sou alguém que tem
Cabeça, membros e coração

E não é seu preconceito
Que me fará ser um defeito
Defeito que acreditas
Estar na minha cor


domingo, 3 de janeiro de 2016

SAGA DE
UM CANTO DO MUNDO
POR ONDE ANDEI!!!

Vou nomear 2014
De ano bom e aventureiro
O ano da realização dos sonhos
Das loucuras e dos guerreiros
O ano em que ganhamos de bandeja
Aquilo que muita gente almeja
Que é nunca perder um emprego!

Nosso presente foi bom,
Era um sonho realizado
Entramos pra prefeitura
O que era muito desejado
Só não esperávamos que todo dia
Nos fosse tomada a alegria
Em um percurso tão longo e ferrado

A viagem que fazemos todos os dias
É longa e nos faz cansar
São quase duas horas pra ir
Mais outras duas para voltar
Isso quando a condução é própria
Pois se o ônibus for o transporte
Esse tempo tem que dobrar.

Por esses caminhos seguimos,
Buscando encontrar direção
Nos perdemos nas vielas
Nas avenidas perdemos ação
Quando encontramos o caminho
Muitas vezes andando sozinho
Nos perdemos na multidão.

Havia também no caminho
Muitas motos acidentadas
Tinha carroceiro em suas carroças
Tinha boiadeiro e sua boiada
Tinha ruas com água se enchendo
Muitas vezes nos fazendo
Por vezes, chegar atrasadas.

Quando achamos que tínhamos visto
De tudo que se pode ver
Os caminhos tortuosos
Semáforos, buracos e gente a morrer
Nós fomos agraciadas
Com uma reforma desgraçada
Da Belmira Marin a crescer

E era um tal de fecha rua
Quebra poste e calçada
Emenda fio, apaga sinal
Muda rota, ou fica parada
Desvia pelas entranhas
Sem medo e sem barganha
Das mini-ruas embaralhadas.

Como se tudo isso fosse pouco
Outras surpresas nos reservaram,
Quando seguíamos depressa
Nós fomos fotografadas
Andando acima do ideal
Fora da velocidade normal
Nós então fomos multadas.

Depois de tudo o que passamos
Era como se não bastasse
A Marcia foi surpreendida um dia
Com um motoqueiro alucinado
Que depois de lhe dar uma trombada
Caiu todo desengonçado
Sobre o teto do seu carro

A Rita ia tranquila
Querendo chegar em seu lar
Era um dia meio chuvoso
Mas com trânsito regular
Quando parou no farol vermelho
Uma pentelha bateu na traseira
Pois dirigia falando no celular

Mas fomos firmes e decididas
Pra aguentar o ano inteiro
Lutamos com todas as forças
Pra aguentar chegar janeiro
Fizemos de tudo um pouco
Nós quase ficamos loucas
Mas aguentamos o pesadelo.

Depois de falar dos desafios
Dos caminhos que fizemos
Precisamos descrever
As experiências que tivemos
Na convivência diária
Com pessoas peculiares
Que aliviaram nosso tormento

Primeiro o diretor
Que nos recepcionou bem
Nos deu as boas vindas
E muita segurança também
E foi com grande alívio
Que percebemos que teríamos
A compreensão  que convém

Depois a coordenadora
Com seu jeito exigente
Apresentando  muito papel
Com leituras contundentes
Mas quando foi analisada
Mudou a estratégia errada
E ofereceu novas vertentes

No meio do ano letivo
Uma surpresa nos chegou
Uma Senhora bela e simpática
Veio ajudar o diretor
Chegou alegre e bem discreta
Parece que nunca se estressa
Assim a Sandra nos conquistou

Isabel a secretária
Que no começo nos enganou
Achávamos  que era ranzinza
Mas no fundo é um amor
Menina que foi criada
Por uma mãe abençoada
Com quem compartilha o labor.

Alice é uma professora
Que essa função deixou
Por problemas de saúde
Ela se readaptou
Hoje secretaria a escola
Com um jeito todo Senhora
De dar a todos seu amor.

Na escola há também
As meninas da organização
Elas são as ATE’s
Que não deixam haver confusão
Tem a Sueli, e a Sandra
E tem também Adriana,
Que tentam manter bom padrão.

Ainda tem o Rubens
Que não é um professor
Mas vive no meio das damas
Com seu jeito sedutor
Ele é pau pra toda obra
Que a todo dá jeito na hora
 Como se fosse um doutor.

E pra falar das professoras,
É em um capítulo à parte
Afinal estamos falando
De verdadeiras obras de arte
São meninas trabalhadeiras
Umas sérias outras brejeiras
São de tirar o fôlego! Aguarde!

CAPÍTULO À PARTE
AS PROFESSORAS

Essa escola é recheada
De muitas mulheres bonitas
São meninas abençoadas
Lutadoras e resolvidas

Vou começar sem pretensões
Pela autora que vos fala
Que dizem ser muito amiga
Alegre, “contida e calada”

A Mônica é  moça bonita
De alma e de coração
Sincera e comprometida
Transmite amor prega a união.

Patrícia que também é Polly
É alegre e faladeira
Transpira expansividade
Além de ser bela e faceira

Melissa é um doce
Como a Alice falou um dia
Ela é justa e compreensiva
Com um amor que não se esvazia

Maria que é mãe da Clarinha
E tem nome abençoado
É uma pessoa muito discreta
Com amor e responsabilidade

Tem também nessa escola
Alguém difícil de descrever
Mas, vejo em Márcia autenticidade
E um jeito firme de viver

A Fabíola é um encanto
Honesta no jeito de ser
É espontânea e alegre
Dá valor ao bem viver

Tem também alguém feliz
Que é a meiguice em pessoa
A Guedes é bem mãezona
Merece até uma coroa

Gisele é mulher descolada
Que adoça a nossa vida
É alegre e risonha
Disposta a ser amiga

A Kátia é bem tranquila
Ponderada para viver
Adora um pirulito
Mas não deixa transparecer

Criatividade é o seu nome
Sobrenome é inventar
Nete vive no mundo das artes
Querendo a todos agradar

Andreia é boa amiga
Sempre disposta a ajudar
Ela luta com todas as forças
Para se realizar

Uma leitora compulsiva
Veio ao mundo para brilhar
Mirela tem a insígnia dos vencedores
Pois não tem medo de trabalhar.

Marilene tem tantas qualidades
Nem sei por onde começar
Em resumo, tem coração de ouro
De amor e amizade sem par.

Com simplicidade e gentileza
Lúcia nos conquistou
Vive a vida em harmonia
À base de “Paz e Amor”

Discreta o observadora
Solange pouco mostra
É amável e prestativa
E faz aquilo que gosta

Inteligente e decidida
Odeia a mediocridade
Sandra está entre nós
Pra dar exemplo de verdade.

Adriana é uma Pro
Que invadiu nossa praia
Ela é do turno matutino
Mas é à tarde que mais trabalha

Ela é moça engraçada
Que fala pelos cotovelos
Sempre fala o que pensa
E pra tudo tem um conselho

Também houve Lucimara
Que precisou se afastar
Por ter uma gravidez difícil
 Não pode mais trabalhar

Vinte seis era o apelido
Dessa moça tão bela
Pois não mostrava idade que tinha
E nos deixava roxas de inveja

Acabo aqui a descrição
Dessas garotas sem par
Quem não gostou do que foi dito
È só vir reclamar

FINALIZANDO...

Tudo que não é pra sempre
Faz a saudade nascer
Com a gente não é diferente
Já sinto meu peito sofrer
Pois fizemos aqui bons amigos
Que guardaremos em doce abrigo
Enquanto pudermos viver.

A remoção fecha um ciclo
Do tempo Na Zona Sul
E estamos de volta pra casa
Já enxergamos tudo azul
Mas vamos levar memórias
Esdrúxulas e boas histórias
Que vivemos no Grajaú
Por: Rita Marques